Louis Pasteur
Luís Pasteur nasceu a 27 de Dezembro de 1822, em Dale,
no Leste de França. Frequentou a escola de Arbois e em 1839 entrou para o
Colégio Real de Besançon para cursar Letras e Ciências. Seguiu-se a Escola
Normal Superior, em 1843, tendo-se distinguido como bom aluno nas Cadeiras de Física,
Matemática e Química. Os colegas admiravam a sua vontade indomável e as muitas
horas que dedicava ao estudo.
Pasteur fez o doutoramento em Ciências, a 23 de Agosto
de 1847, apenas com 25 anos. Nesse tempo a ignorância sobre as bactérias era
grande e não se sabia que estavam espalhadas no ar, por todo o lado. O médico
húngaro Ignaz Semmelweisse, nesse mesmo ano aconselhava todos os médicos a
lavarem bem as mãos com água e sabão.
Um dos fundadores da química orgânica foi Jean-Baptiste
Dumas, que Pasteur sempre considerou o seu pai espiritual, a cujas aulas
assistiu na Sorbonne e que foram o incentivo para que o jovem Luís estudante se
sentisse atraído em prosseguir os estudos da química do sangue. Depois, entre
1844 e 1847, Pasteur irá estudar os ácidos contidos nos frutos observando-os ao
microscópio e expondo-os à luz polarizada, até chegar a conclusões inéditas.
Foi o seu primeiro triunfo científico, que apresentou publicamente na Academia
das Ciências de Paris.
Já professor de Química em Estrasburgo, aos 27 anos,
casa com Marie Laurent, filha do reitor da universidade dessa cidade, e tiveram
cinco filhos, tendo apenas dois chegados à idade adulta. As mortes de dois
filhos ainda muito pequenos com febre tifóide afectaram vivamente o casal
Pasteur e foram decisivos para o prosseguimento dos estudos e investigações
sobre as doenças causadas por micróbios.
Porém Pasteur ficou sobretudo famoso pela descoberta da
vacina contra a raiva, em particular pela circunstância de estar em risco a
vida e uma criança. É mundialmente conhecido o caso do rapazinho alsaciano de nove anos, José
Meister, que, em Julho de 1885 foi mordido catorze vezes por um cão com a doença
da raiva. A mãe suplicou a Pasteur que lhe salvasse o filho quando, até à data,
ninguém sobrevivera a estas mordeduras. O cientista esteve hesitante, porque
ainda só testara a sua vacina em animais e era um risco enorme experimentá-lo
num ser humano. Pasteur disse mesmo ao seu colega de investigação Emílio Roux
que estava disposto a servir ele próprio de cobaia para poder testar a reacção.
Porém surgiu esta emergência e Pasteur passou momentos de angústia até se
decidir. E pensou: se o rapaz morre depois de vacinado? Como as hipóteses de
sobrevivência sem vacina eram nulas, arriscou. Luís Pasteur era químico e hoje
diríamos biólogo, mas não era médico, por isso não podia ser ele a ministrar a
vacina sob pena de ser processado. Pediu então ao dr. Grancher, seu assistente
que o fizesse. Sessenta horas depois de ter sido mordido, José Meister recebeu
a primeira de 12 injecções anti-raiva, que lhe foram sendo injectadas uma após
outra sob apertada vigilância. Família e cientistas aguardaram várias semanas.
Por fim o jovem sobreviveu.
A repercussão do sucesso da vacina anti-rábica foi tal que a Academia das
Ciências desenvolveu um projecto para criar uma instituição de investigação
(futuro Instituto Pasteur) que foi bem acolhido no estrangeiro, tendo o próprio
czar Alexandre III contribuído com cem mil francos. O Instituto foi inaugurado
em 1888.
Pasteur foi admitido como membro da Academia de Medicina, em 1873 e em 1882
na Academia Francesa, prestigiadas instituições.
Luís Pasteur já entrara na História pela sua descoberta, mas o seu
contributo para a Humanidade foi muito maior. O estudo da fermentação
levá-lo-ia a descobrir o porquê dos vitivinicultores de diversas zonas do seu
país verificarem, com tanta frequência, que os seus vinhos se transformavam em
vinagre. O imperador Napoleão III pediu a Pasteur que investigasse o porquê da
fermentação do vinho e proporcionou-lhe as melhores condições de trabalho,
equipando laboratórios para que o grande químico pudesse dedicar-se
inteiramente a essa investigação. Foi criado, em 1867, o laboratório de
físico-química expressamente para Pasteur, na Escola Normal Superior. Depois de
muitos estudos, o cientista descobriu que submetendo o vinho a um aquecimento
elevado durante alguns segundos, e logo de seguida, a um repentino abaixamento
da temperatura a menos de dez graus, matava os germes que alteravam os
líquidos. Este sistema foi depois utilizado na cerveja e vinho, daí o termo
«pasteurizado» que todos conhecemos.
O cientista
ao verificar a disseminação de germes no ar lançou as bases da microbiologia
(1858-1864). Também estudou a doença que atacava os bichos-da-seda ainda em
casulo. Em 1882, Pasteur descobriu a cura do carbúnculo.
Pasteur recusou-se
a trabalhar com Koch (que descobriu o germe do antraz e a cura da tuberculose),
porque este, além de alemão, tinha sido militar e lutado contra a França na guerra
franco-prussiana entre 1870-1871.
Luís Pasteur morreu a 28 de Setembro de 1895 e a viúva opôs-se a que fosse para o Panteón onde repousam os notáveis de França. No ano seguinte passou a repousar numa cripta especialmente concebida para ele no Instituto Pasteur. As cerimónias fúnebres ocorreram em 5 de Outubro no Palácio de Versalhes e tiveram as honras de um funeral de Estado.
Luís Pasteur morreu a 28 de Setembro de 1895 e a viúva opôs-se a que fosse para o Panteón onde repousam os notáveis de França. No ano seguinte passou a repousar numa cripta especialmente concebida para ele no Instituto Pasteur. As cerimónias fúnebres ocorreram em 5 de Outubro no Palácio de Versalhes e tiveram as honras de um funeral de Estado.
Texto de Maria
Luísa V. de Paiva Boléo (adaptado) in http://www.leme.pt/biografias/pasteur/
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