Um momento de poesia...

ESCOLA ADORMECIDA Escola adormecida império do silêncio imitação da vida Nas salas, o quadro, o giz, as cadeiras, as mesas trocam olhares de consternação as portas e os armários interrogam-se constroem diálogos mudos sobre a quietude que domina o espaço e a desilusão De vez em quando, pequenos estalidos interrompem o vazio, alimentam esperanças afinal é apenas a chuva que fustiga as janelas num acto doloroso e sombrio A campainha ainda toca marcando compasso alimentando a expectativa do regresso de um abraço Na biblioteca, adormecida os livros anseiam pelos olhos que lhes dão vida Lá fora, só as sombras dançam no pátio as árvores, as paredes, a calçada choram Os edifícios aguardam em desassossego mergulhados em saudade esperam, anseiam pelos olhares pelos sorrisos pelas brincadeiras pelas correrias pelo colorido pelos corpos pelas almas que lhes dão sentido Para voltarem a ser Escola Fernando Alagoa © todos os direitos reservados
As Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas da Moita agradecem ao autor a autorização dada para publicação do presente poema.

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