Sugestão de leitura - História do Coelho Casimiro (6)

[No último dia, deixámos o Pedrito e o Casimiro escondidos debaixo de um cesto; mas a gata do Senhor Gregório, talvez por ter adivinhado ou sentido que eles lá estavam, tinha-se posto em cima do cesto e lá ficou horas a fio...]

Finalmente, ouviu-se um tic-toc, tic-toc e alguns pedacinhos de caliça caíram de lá do alto do muto.

A gata olhou para cima e viu o pai Coelho a avançar, com um ar todo importante, pelo cimo do muro do socalco superior.

Andava à procura do filho.

O pai Coelho não tinha o mínimo respeito por gatos.

Deu um tremendo salto de cima do muro para cima da gata, com uma bofetada atirou-a do cesto abaixo, com um pontapé obrigou-a a entrar na estufa, e ainda lhe arrancou uma mancheia de pelos.

A gata ficou tão atarantada que nem se lembrou de o arranhar.

Depois de ter afugentado a gata para dentro da estufa, o pai Coelho fechou a porta à chave.

Em seguida, voltou ao cesto, tirou de lá o seu filho Casimiro [e] tirou também o sobrinho.

A seguir, retirou o lenço com as cebolas e saiu da horta a passo de marcha. 

Quando, uma meia hora depois, o Senhor Gregório regressou, deu por várias coisas que o deixaram perplexo.
Parecia que alguém tinha andado a passear pela horta toda, calçando um par de tamancos - só que as pegadas eram muito pequeninas!
Também não conseguia perceber como é que a gata se tinha arranjado para se enfiar dentro da estufa e fechar a porta por fora.

Quando o Pedrito chegou a casa, a mãe ficou tão contente por ver que ele tinha encontrado os sapatos e o casaco que lhe perdoou.Rabinho-de-Algodão e Pedrito dobraram o lenço muito bem dobrado e a Senhora Coelha entrançou as cebolas e pendurou-as no tecto da cozinha, ao pé dos ramos de ervas de cheiro e do tabaco de coelho.

FIM

Fonte: Beatrix Potter, A história do Coelho Casimiro, Ed. Verbo, Lisboa, 1990 (adaptado)