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Menu de Leitura "A poesia ao pé de mim"

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 Partindo do título de um livro de José Fanha e Daniel Completo, a Biblioteca Escolar do 1º ciclo elaborou mais um Menu de Leitura, procurando sensibilizar os pequenos leitores para o texto poético. O Menu "A poesia ao pé de mim" é apenas uma pequena seleção dos livros de poesia existentes no fundo documental da Biblioteca Escolar.

Conhecer Abril pelos olhos de alunos de PLNM

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Os alunos de PLNM - Português Língua Não Materna - celebraram connosco o 25 de Abril de 1974. E foram conhecer um pouco mais da nossa história e descobriram...

Poemas de Abril

  Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades   Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança: Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.   Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança: Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem (se algum houve) as saudades.   O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto.   E afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto, Que não se muda já como soía.   Luís Vaz de Camões, in "Sonetos" Interpretado por José Mário Branco

Poemas de Abril

  Livre   Não há machado que corte A raiz ao pensamento Não há morte para o vento Não há morte   Se ao morrer o coração Morresse a luz que lhe é querida Sem razão seria a vida Sem razão   Nada apaga a luz que vive Num amor num pensamento Porque é livre como o vento Porque é livre.   Carlos de Oliveira, “O nosso amargo cancioneiro”

Poemas de Abril

  Salgueiro Maia   Ficaste na pureza inicial Do gesto que liberta e se desprende. Havia em ti o símbolo e o sinal Havia em ti o herói que não se rende.   Outros jogaram o jogo viciado Para ti nem poder nem sua regra. Conquistador do sonho inconquistado Havia em ti o herói que não se integra.   Por isso ficarás como quem vem Dar outro rosto ao rosto da cidade. Diz-se o teu nome e sais de Santarém   Trazendo a espada e a flor da liberdade.   Manuel Alegre, in País de Abril

Poemas de Abril

  O Dia da Liberdade 25 de Abril   Este dia é um canteiro com flores todo o ano e veleiros lá ao largo navegando a todo o pano. E assim se lembra outro dia febril que em tempos mudou a história numa madrugada de Abril, quando os meninos de hoje ainda não tinham nascido e a nossa liberdade era um fruto prometido, tantas vezes proibido, que tinha o sabor secreto da esperança e do afecto e dos amigos todos juntos debaixo do mesmo tecto.   José Jorge Letria in O livro dos dias

Poemas de Abril

  O que aquela noite me quis dar   Eu não estava em casa nessa noite, filho, nem podia estar. Estava nas ruas com os soldados que rumavam às rádios e aos quartéis, engalanados de sombra e de júbilo, a ver o que aquela noite ia dar, o que a nossa liberdade prometia ser. E tu, filho, tinhas a idade rumorejante desse Abril embalado por uma canção do Zeca. Como posso eu explicar-te tudo aquilo que tu nasceste para aprender, para viver? Eu estava aquartelado no meu silêncio de pétalas, sílabas e marés, no meu dédalo de vozes embriagadas pelo vento, na coragem errante das pelejas da infância e pouco ou nada sabia do mistério desse mês capaz de transformar em assombro as nossas vidas.   Sim, sou eu neste retrato antigo, a receber em festa os exilados, os que chegavam com grinaldas de cantigas e a flor de uma ilusão bordada a sangue e espuma no capote das nocturnas caminhadas. Sim, sou eu a escrever a primeira reportagem do primeiro de muitos dias em