30 de janeiro - Dia escolar da não-violência e da paz
Compreender o bullying
Bullying é um termo inglês
utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais
e repetidos, sem motivação evidente, adotados por um ou mais alunos contra
outro, causando dor, angústia e sofrimento e executados dentro de uma relação
desigual de poder.
Aos indivíduos que praticam este
tipo de atos dá-se o nome, em inglês de bully, que significa
“valentão”, caracterizando o indivíduo como muito valente, decidido, intrépido,
audaz, corajoso, que não tem medo, destemido. Porém, essas qualidades são
usadas para abuso de poder, para tiranizar, praticar crueldade, oprimir,
perseguir. O bully é extremamente impiedoso, insensível à dor do
outro e totalmente desprovido de amor.
O bullying acontece em todos os
ambientes escolares, com maior frequência na sala de aula, no pátio de recreio,
corredores, casas de banho e transporte escolar.
É importante identificar estas
situações precocemente, quer na escola, quer em casa, para poder atuar o mais
rapidamente possível.
Na escola:
Nos trabalhos em grupo ou jogos, o
aluno vítima de bullying é o último a ser escolhido, é alvo de “gozo”,
apelidos, é triste, deprimido, aflito, ansioso, irritadiço, agressivo,
apresenta súbita queda no rendimento escolar, não faz perguntas, não tira
dúvidas, tem desinteresse pelos estudos, falta com frequência às aulas,
apresenta arranhões, ferimentos, isola-se dos demais, apresenta material
escolar e roupas danificados, é intimidado, perseguido ou maltratado.
Em casa:
O aluno vítima de bullying não quer
ir à escola, pede para mudar de escola, não gosta da escola, na segunda-feira
está triste, chora sem razão, tira notas baixas, pede dinheiro sem necessidade,
tem pesadelos, pede para ser levado à escola, perde dinheiro e pertences,
apresenta roupas e livros rasgados, some objetos de sua casa, apetite
obsessivo, não convida amigos para ir a sua casa, fica aliviado na sexta-feira,
feriados e férias, simula dores e mal-estar, muda o trajeto, comenta que o
professor é chato, não é convidado para festas ou casa de amigos, tem medo de ir
e voltar sozinho, tem “ar” de assustado, tranca-se no quarto, isola-se, tem uma
tristeza profunda.
Não pensemos que o bullying só
acontece a partir da adolescência. Mesmo entre crianças muito pequenas, podem
verificar-se situações deste género.
O livro de Anette Aubrey, O clube
do arco-íris, editado pela Girassol relata-nos uma situação entre crianças de
tenra idade.
Imaginemos um passeio ao Jardim
Zoológico. Imaginemos que um grupo de crianças decide ir com roupas verdes e
rejeitar as crianças que vistam outras cores, especialmente o azul.
"Foi estranho ver o que se
passou. Foi uma das coisas mais esquisitas que alguma vez viste. As crianças
que estavam vestidas de outras cores fizeram tudo o que puderam para serem
verdes. Viraram as costas aos meninos de azul para que eles não pudessem
juntar-se à Equipa Verde. (…) Eles foram mauzinhos!
Foi então que apareceu uma menina
chamada helena que disse num tom firme e verdadeiro:
- Por favor, esqueçam esse enorme
disparate de quem deve usar verde ou azul. É o que está dentro de nós que
realmente conta! Quem se importa com o nosso aspeto ou com o que fazemos? Não
podemos esquecer que somos todos especiais e que devemos ser amigos uns dos
outros."
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