CONTARTE - Público





A biblioteca escolar, no âmbito do Projeto Diário de Leitura e Escrita desafiou os alunos e professores a participar na iniciativa do Público - Isto também é comigo!

Os corajosos responderam ao desafio...

Filhos de pais estrangeiros chumbam três vezes mais que filhos de pais portugueses.

Na minha opinião, a elevada taxa de retenção de alunos estrangeiros traz ao de cima um assunto bastante complexo e relevante nos dias de hoje: a desigualdade educacional. Como refere Cristina Faria Moreira, num artigo publicado no dia 11 de novembro, os números não mentem, existe uma taxa de retenção três vezes superior à dos alunos filhos de pais portugueses no ensino básico, e isso, confronta-nos com um desafio estrutural e urgente.

De facto, os problemas de integração destes alunos é enorme, desde as barreiras linguísticas aos fatores socioeconómicos, a verdade é que, muitas vezes, as nossas escolas não estão preparadas para receber e ajudar estes alunos da melhor forma. Esta, que deveria ser um local de acolhimento e ajuda, representa, às vezes, exatamente o contrário. Isto faz-me refletir e colocar-me no lugar destes alunos, ao imaginar ir para um país completamente novo, com costumes e ideologias diferentes, e ter de enfrentar tudo os problemas referidos sozinha, sem receber o apoio necessário.

Penso que a criação de programas de apoio linguístico intensivo deve ser uma prioridade. Se o idioma é a chave para a integração, por que não garantir que todos os alunos o dominem o mais rápido possível? Considero que as escolas devem ser financiadas de forma diferenciada, com recursos extra, destinados às que acolhem mais alunos em situação de vulnerabilidade, porque como é de esperar, muitos destes alunos apresentam dificuldades financeiras que também podem dificultar o seu processo de aprendizagem. Também considero importante a preparação de professores para lidar com este tipo de situações, nomeadamente no apoio à integração das famílias, no processo educativos dos filhos.

Nós, enquanto sociedade, precisamos de refletir se vamos continuar a aceitar um sistema educativo que perpetue a desigualdade. Consigo ver que o desafio é grande e que é difícil pensar em soluções para este problema, mas acredito que é um esforço necessário visto que os números continuam a aumentar o que também afeta todos os outros alunos. Talvez seja necessário prestar mais atenção à educação, pois esta tem o poder de transformar pessoas e mudar mentalidades.

                                                                                   Irina C. – 11º A3



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